A erva de passarinho
– às vezes me pareço com ela.
Abraça um ramo da árvore
e faz disso a sua casa.
Ali, sem ser dona de nada,
a não ser de limitados
sustentáculos e folhas,
entrega-se ao devir.
Também eu, atado
a esses cordames
da vida urbana, aguento-me
como posso, nada mais
que um reles invasor.
Satisfeito me dou ao chegar,
manhã após manhã,
ao outro dia. Dele, sempre
extirpar me podem, no rebuliço
de salve-se quem puder.
Mas nele também pode estar
a alegria, esse ardor de quando
estar é o que se precisa.