AOS POETAS
Aos poetas se dava
o direito de errar.
Reinventassem a gramática
com sentidos novos
para os velhos sonhos!
Criassem sonhos novos
com velhos sentidos!
Errassem assim, turvando
a clareza; clareando
a redoma da noite.
De nada fizessem tudo,
até o vento fugaz
nos lábios do amor.
De tudo tirassem o excesso
de tempo, de zelo,
de morte.
Errassem por liberdade
e beleza!
(Do livro A culpa está morta e outros poemas)