LIRA NOTURNA
Estradas de outono,
repletas de si mesmas,
se entregam ao sono
que também necessitam,
pois mais do que estradas
são pórticos de brisas
que levam o silêncio
vital de criaturas
mínimas, quais sementes
de sol e de roseiras.
Ao chegar a manhã
se fazem nossas veias
e é quando, de fato,
o outono mais se mostra
dos olhos ao olfato.
Assim, quase ficção,
em bem querer se acorda
e vibra o coração.